quinta-feira, 25 de março de 2010

Modelos de Representação do Conhecimento e Informação aplicados na Administração de Fundos de Entidade Financeira Governamental


RESUMO


A pesquisa busca o estudo de modelos de representação do conhecimento e da informação aplicáveis às bases de dados e informações de fundo social de governo. Está inserida no campo dos fundamentos de ontologias, tesauros e taxonomias. O objetivo é apresentar modelos de representação, de forma comparativa e especificar quais os modelos que se melhor adaptem ao complexo de informações do fundo.


PROBLEMA


Instituições gestoras de recursos de fundos devem prestar informações relevantes e fidedignas para os órgãos de fiscalização e controle do governo federal. que em sua composição tem representantes dos empregadores, empregados e Governo Federal. O FGTS reúne em toda a sua composição, um complexo de conhecimentos e informações em bases de dados quantitativas e textuais. Agregadas de forma ordenada, os dados e informações contidas nas bases do FGTS podem contribuir para a geração de novos conhecimentos, como por exemplo, a geração de estatísticas do trabalho formal brasileiro, hoje sob o domínio do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que realiza pesquisas periódicas sobre o trabalho formal no país.

Entretanto, tanto a pesquisa relacionada às informações de caráter estatístico-econômico, quanto as informações de caráter legal, gerencial e de mineração de textos e dados, depositadas nos repositórios do FGTS encontram-se dispersas em bases diferentes, porém compostas numa mesma rede de informações. Há a necessidade da organização da representação do conhecimento contido nas bases de dados quantitativas e textuais, e organização da informação de forma que o cruzamento destas contribua para recuperação da informação e o seu gerenciamento.

O problema a ser pesquisado, portanto, deve responder ao questionamento:

- Qual ou quais os modelos de representação do conhecimento e da informação aplicáveis às bases de dados e informações do FGTS, que possam permitir o compartilhamento do conhecimento?


OBJETIVOS DA PESQUISA


Definir conjunto de conceitos e termos do domínio de conhecimento FGTS na Unidade de Gerenciamento do Fundo e construir representações para o conhecimento e informações, implementando ontologias, taxonomias e tesaurus, de modo a organizar o conhecimento do domínio FGTS existente na unidade e facilitar a recuperação e compartilhamento da informação.


JUSTIFICATIVA


A cienciometria e a informetria tratam das análises de características de relações autor versus indicadores de produtividade, medidas por meio do número de documentos, periodicidade, local da publicação, entre outros e na análise de citação, a distribuição entre autores, artigos e o mapa de disciplinas, para se identificar os domínios de interesse e se alcançar um objetivo específico. Espera-se, outrossim, que na análise documentária relacionada ao tema, se fundamente as condições para a reflexão sobre as tendências que os autores recentes vêm aplicando sobre modelos de representação do conhecimento e da informação. Considerando-se as ontologias e modelos de representação do conhecimento e da informação refletidos nas relações entre o pensamento humano e as possibilidades de resposta dos sistemas de recuperação da informação, espera-se desenvolver um modelo híbrido que dê sustentação ao complexo de informações e conhecimento do FGTS.

O tema Ontologia vem sendo discutido e aplicado em diversas áreas do conhecimento. O termo, originado na filosofia, significa “categoria”, que pode ser usada para classificar alguma coisa” (BAX, 2003). Atualmente, o termo adquire nova roupagem e são encontradas na literatura diversas definições para as ontologias, diversos tipos, propostas para aplicação em diferentes áreas de conhecimento e propostas para a construção de ontologias (metodologias, ferramentas e linguagens).

Conforme Gruber, 1995, Ontologia é uma especificação explícita de uma conceituação, ou seja, a definição explícita de conceitos e suas relações, propriedades e restrições expressas formalmente. A ontologia permite especificar uma visão abstrata e simplificada de um assunto que se deseja representar. Segundo USCHOLD & GRUNINGER (1996), a utilização de ontologias, permite a comunicação entre pessoas e organizações, através do estabelecimento de um vocabulário comum e integração de diferentes perspectivas dos usuários; a interoperabilidade entre sistemas, utilizando ontologias como uma "inter-língua“ para troca de informação entre diferentes sistemas; e o aperfeiçoamento de engenharia de sistemas, facilitando o reuso de representações sobre o entendimento básico de entidades, processos, relações ou propriedades.

Daconta, Obrst & Smith (2003) complementam a definição e uso da ontologias, como uma expressão da meta-informação, caracterizada como representação desta. Segundo os autores, “representação é uma forma de expressar e usar a informação; representação do conhecimento é uma forma de expressar e usar informação semântica” e afirmam ainda que “o uso deste conhecimento poderia ser usado para raciocínios inteligentes e ser computacionalmente eficiente.”

Guarino (1998) classifica Ontologias em três divisões: uma Ontologia de Alto Nível (Meta), que descreve conceitos gerais como espaço, tempo, assunto, objeto, evento, ação, etc., os quais são independentes de um problema ou domínio específico; a Ontologia de Domínio/Tarefa (Conceito), que descreve o vocabulário relacionado com o domínio genérico (exemplo: medicina), ou uma tarefa/atividade genérica (exemplo: diagnóstico, venda), especializando os termos introduzidos na ontologia de alto nível e a Ontologia de Aplicação (Instância), que descreve conceitos dependendo de um domínio e tarefa específicos, os quais são freqüentemente especializações das ontologias relacionadas.

Portanto, com a utilização das ferramentas da Ciência da Informação, espera-se propiciar o aprendizado organizacional de forma contínua com foco no desenvolvimento de lideranças e de competências aliado a um gerenciamento adequado dos processos e apoiado na implantação de uma sistemática que gere, armazene, gerencie e dissemine o conhecimento visando o desenvolvimento de equipes de alta performance.


METODOLOGIA

1. O estudo será fundamentado nas ferramentas da bibliometria e da informetria, com o objetivo de aprofundamento e verticalização do conhecimento e assuntos relacionados às aplicações de ontologias às corporações, como subsídio de benchmarking a aplicação de uma ontologia na administração do FGTS.

2. Construção de tesauros de argumentos relacionados ao termo FGTS. A pesquisa e organização das palavras-chaves se darão na captura das siglas, definições e conceitos presentes nos Manuais Normativos da CAIXA, especificamente os relacionados ao tema FGTS. Os manuais normativos da CAIXA são instrumentos de divulgação das informações, atualizações de legislação e procedimentos operacionais padrão das unidades executoras dos serviços da empresa. Neles se encerram todas as metas-informação, de caráter geral, que proporcionam a unidade de gênero e espécie, uniformizando-se conceitos para a compreensão geral dos usuários do complexo FGTS.

3. Construção de taxonomias específicas das informações relacionadas às informações e conhecimentos contidos nas unidades do Passivo, Ativo e Gestão da Informação do FGTS. Sinteticamente, tais taxonomias estão vinculadas às especificidades da Habitação, Saneamento e Infra-estrutura, e Orçamento do Fundo, do lado do Ativo. Do lado do passivo, as taxonomias estão vinculadas às informações sobre o pagamento das modalidades de saque do FGTS, manutenção das contas vinculadas e cobrança dos depósitos não realizados pelas empresas nas contas dos empregados. Na unidade gerencial de informações, encontram-se as bases de dados agregadas para a construção dos meta-dados e gerenciamento das meta-informações.

4. Construção de ontologia, preconizada num modelo de representação do conhecimento e das informações do fundo, com a utilização de árvores hiperbólicas, semelhantes aos conceitos aplicados no aplicativo “Protegé”, especificamente numa visão comparativa ao “Jambalaya” deste aplicativo. Utilização das relações de hipertexto, árvore de diretórios e mecanismos de busca para facilitar a aproximação da visão cognitiva aos resultados esperados pelos usuários do FGTS.


BIBLIOGRAFIA PRELIMINAR


ALMEIDA, M. B.; BAX, M. P. Uma visão geral sobre ontologias: pesquisa sobre definições, tipos, aplicações, métodos de avaliação e de construção. Ciência da Informação, Brasília, v.32, n.3, p.7-20, 2003.

Uscshold, Mike; Gruninger, Michael. ONTOLOGIES: Principles, Methods and Applications. The University of Edinburgh, 1996.

Daconta, Michael C., Obrst, Leo J., Smith, Kevin T.. The Semantic Web: A guide to the future of XML, Web Services and Knowledge Management. Wiley Computer Publishing, 312 Pages; June, 2003
ISBN 0-471-43257-1.


Almeida, Mauricio B. e Bax, Marcello P. Uma visão geral sobre ontologias: pesquisa sobre definições, tipos, aplicações, métodos de avaliação e de construção. Ci. Inf., Brasília, v. 32, n. 3, p. 7-20, set./dez. 2003

Gruber, Thomas R. Toward Principles for the Design of Ontologies Used for Knowledge Sharing Palo Alto, CA, USA - Stanford Knowledge Systems Laboratory – 23 Ago 1993.

Gruninguer, Michael and Fox, Mark - S. Methodology for the Design and Evaluation of Ontologies – Toronto, Canada. University of Toronto, 13 Abr 1995.

Guarino, Nicola. Understanding, Building and Using Ontologies – Padova-Italy. Corso Stati Uniti, 13/Abr/2006. XML.com, 14/Jul/2004. Disponível em <http://ksi.cpsc.ucalgary.ca/KAW/KAW96/guarino/guarino.html>

Denny, Michael. Ontology Building: A Survey of Editing Tools. XML.com. Disponível em http://www.xml.com/pub/a/2002/11/06/ontologies.html

Denny, Michael. Ontology Tools Survey. Revisited. XML.com. Disponível em http://www.xml.com/pub/a/2004/07/14/onto.html

Noy, Natalya F. and McGuiness Deborah L. Ontology Development 101: A Guide to Creating Your First Ontology. Stanford University, Stanford, CA

Sowa, John F. Building, Sharing, and Merging Ontologies. Disponível em http://users.bestweb.net/~sowa/ontology/ontoshar.htm 13/Abr/2006

Oliveira, Geovane Eugênio, Nascimento, Marta S. O., Moreno, Fernanda Passini e Bastos, Geraldino Gonçalves. A Ontologia na Ciência da Informação. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação,Campinas, v.5, n.1 , p. 13-39, jan./jun. 2007– ISSN: 1678-765X.

Guidelines for the construction, format, and management of monolingual thesauri – National Information Standards Organization (U.S.), NISO Press (Bethesda, Md), 2003.

CURRÁS, Emília. Tesauros: linguagem terminológica. Brasília : IBICT, 1995.

Baeza-Yates, Ricardo e Ribeiro-Neto, Berthier. Modern Information Retrieval (MIR) – Disponível em http://www.sims.berkeley.edu/~hearst/irbook

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